Novembro Azul

Novembro é o mês de conscientização da importância da prevenção do câncer de próstata. A próstata é um órgão que faz parte do aparelho reprodutor do homem e é responsável pela produção de parte do sêmen. Informações acerca do tema disseminadas para a população têm sido uma grande aliada contra a doença, além dos avanços em pesquisa e diagnóstico crescentes nos últimos anos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

O Dr. Mario Augusto Delgado Filho, urologista da Retaguarda Urológica do Hospital Santa Paula, fala sobre a doença, seus sintomas e tratamento. Saiba mais a seguir.

Câncer de próstata tem cura?

Sim, ele é totalmente curável, desde que diagnosticado precocemente. “Aí está a importância do Novembro Azul: alertar todos os homens com mais de 40 anos sobre a importância de se consultar regularmente com seu urologista e examinar a próstata”, destaca o Dr. Mario Delgado.

Quais são os sintomas do câncer de próstata?

O câncer de próstata é um crescimento anômalo de células prostáticas que leva a alterações anatômicas com obstrução do fluxo urinário e sangramento urinário nos casos mais avançados. A doença tem progressão silenciosa e, inicialmente, não apresenta sintoma ou, quando apresenta, podem ser similares ao crescimento benigno da próstata. Os sinais mais comuns da condição são:

  • dificuldade de urinar;
  • vontade de urinar várias vezes ao dia ou à noite;
  • presença de sangue na urina;
  • nas fases avançadas, pode provocar dor nos ossos e sintomas urinários;
  • nos casos mais grave, pode causar insuficiência renal e infecção generalizada.

Segundo o médico, o tumor em estágio precoce, normalmente, é assintomático, assim, a melhor maneira de detectar a condição é fazer o exame periódico anual da próstata. “Quando existe algo, o urologista facilmente fará o diagnóstico”, explica.

Por isso, a identificação precoce do câncer de próstata é importante, pois quando o tumor é detectado em sua fase inicial, as chances de sucesso no tratamento são melhores.

A investigação da patologia é feita por meio de exames clínicos, endoscópicos, radiológicos e laboratoriais em homens com sintomas que sugerem a presença da doença ou ainda nos indivíduos que têm fatores de risco para o desenvolvimento da patologia, mas ainda sem indícios da enfermidade, por meio de exames de rastreamento (exame de toque retal e de sangue para medir a dosagem do PSA).

Os principais determinantes que indicam tendência a desenvolver câncer de próstata são:

  • histórico de câncer de próstata na família;
  • raça: a incidência é maior em homens negros;
  • obesidade.

“Ao observar esses sintomas, todo homem com mais de 40 anos tem que ficar alerta e procurar seu urologista o quanto antes”, reforça o médico.

Quais os estágios do câncer de próstata?

O sistema de estadiamento TNM do câncer de próstata apresenta cinco critérios de estágios:

  • estágio T – extensão do tumor primário;
  • estágio N – quando o tumor se disseminou para os linfonodos próximos;
  • estágio M – quando o tumor se espalhou para outras partes do corpo;
  • nível do PSA no momento do diagnóstico;
  • grau do grupo (baseado na pontuação de Gleason), que tem como parâmetros os resultados da biópsia ou da cirurgia da próstata.


Qual o melhor tratamento para o câncer de próstata?

O Dr. Mario Delgado explica que o tratamento do câncer de próstata vai depender de três fatores:

1 – Localização e agressividade do carcinoma (dadas pela pontuação de Gleason do tumor).

2 – Idade do paciente quando diagnosticado com o câncer.

3 – Antecedente da família para câncer de próstata e câncer de mama.

Depois disso, será definida, pelo médico urologista, a melhor conduta terapêutica a ser seguida para esse paciente. As principais indicações são:

  • doença localizada – que está apenas na próstata e não se disseminou para outros órgãos: cirurgia, radioterapia e observação vigilante;
  • doença localmente avançada – radioterapia ou cirurgia combinada com tratamento hormonal;
  • doença metastática – que se espalhou para outras partes do corpo: terapia hormonal.

Segundo o especialista: “O tratamento varia de simples observação clínica até prostatectomia radical, passando por radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia. Isso depende do grau de agressividade do tumor e da idade do paciente. Com esses dados em mãos, o urologista vai orientar o melhor tratamento.” Ele acrescenta ainda que a recuperação dependerá muito do tratamento feito: “De maneira geral, podemos dizer que os pacientes aceitam bem as abordagens hoje preconizadas sem grandes complicações clínicas.”

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